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sexta-feira, 3 de abril de 2020

Rei Capsídeo - O déspota disfarçado de vírus


Marco A. Arribas

太玄經 - 𝍁䷮  (*)


 - Xi Jinping. Ditador vitalício da China.
Na semana passada, a polícia me mandou voltar para casa “¡Ahora! ¡Ya!”, sob pena de multa, apenas porque estava brincando com meu filho de sete anos no parque. Após dizer ao meu filho “Vamos, aquí ya se parece la dictadura china” e que “no creo que estoy poniendo la vida de mi hijo en riesgo”, recebi um longo sermão de correção moral dos dois policiais. Creio que só não fui multado ou preso por desobediência porque meu filho estava ao meu lado e visivelmente assustado com aquela situação absurda.
Extrapolando as estatísticas de alguns países, estimo que mais de 180 mil pessoas morrem todos os dias no mundo, simplesmente porque a chance de morrer é de 100%. Desde que começou a “pandemia” do vírus corona há 60 dias na China, morreram em torno de 13 mil pessoas, que o establishment midiático e governamental garante que foram provocadas unicamente por causa do novo vírus. Entretanto, nesse mesmo período seria esperado que falecessem pelo menos 11 milhões de pessoas no planeta, o que faria com que a probabilidade de morrer por causa do SARS-CoV-2 ficasse em torno de 0,11%, se o vírus fosse a única causa mortis. Porém, mais de 80% dos mortos tinham mais (ou muito mais) de 65 anos e a maioria tinha comorbidades que bem poderiam ser consideradas a causa das suas mortes dias depois. Além disso, na quase totalidade dos casos, não foram feitas autópsias detalhadas para provar a causa da morte, que levassem em conta a carga viral nas células do epitélio respiratório, por exemplo. Além da observação de sintomas presentes também em outras enfermidades, foram feitos apenas testes mais rápidos e simples (positivo ou negativo) para a presença do vírus. De fato, uma comunicação publicada no dia 23 de março de 2020 no periódico científico The Journal of the American Medical Association (JAMA), mostra que na Itália, país com o maior número de mortes atribuídas ao vírus corona depois da China, apenas 0,8% dos falecidos não tinham doenças preexistentes. Ademais, a média etária dos mortos era de 79,5 anos e que virtualmente todas as vítimas mortais tinham doenças graves, como câncer terminal, isquemia do miocárdio, fibrilação atrial, acidente vascular cerebral, entre outras comorbidades importantes, dado que a média de doenças preexistentes por paciente era de 2,7. A doença pode até ser grave, especialmente para os mais idosos, mas estes dados mostram que a chance de qualquer pessoa saudável na população geral morrer por causa da infecção viral é muito pequena. Quantitativamente, seria como comparar um trabalhador que ganha R$ 3.000 por mês economizar, durante um ano de trabalho, o valor de uma garrafa de cerveja gelada para comemorar o 13º salário num bar. Em vista disso, são totalmente injustificadas as medidas draconianas de isolamento obrigatório implantadas em uníssono por diferentes governos.
Pedro Sánchez, primeiro ministro socialista da Espanha, declarou recentemente em rede nacional que seu decreto de Estado de Emergência levou em conta as recomendações da Organização Mundial da Saúde para a contenção do SARS-CoV-2 e que “o perigo está em todas as partes”. Por certo, ninguém quer ficar doente, mas nunca se planteou o fechamento de saunas gays, motéis, discotecas LGBT ou da zona do meretrício inteira, nem se proibiu a venda de agulhas e seringas para conter um vírus muito mais mortal que o vírus corona. Durante os anos 80 e 90, receber um teste positivo para a presença do HIV era o equivalente a ser sentenciado à morte. Não me parece que a doença COVID-19, que vem ocupando diariamente ad nauseam quase todo o tempo disponível do noticiário, realmente é tão perigosa como uma espécie de AIDS transmitida pelo ar. No entanto, suspeito que a desculpa do corona nada mais é que uma justificativa para a implantação, em escala global, dos inúmeros métodos de controle social que são amplamente utilizados pela ditadura da China comunista. O método mais recente, em fase de testes no país asiático desde janeiro, começou a ser exportado para o resto do mundo sob a incumbência da insuspeita – na visão popular – Organização Mundial da Saúde, encabeçada pelo etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral. Eleito para o mais alto cargo da OMS com a ajuda da China, o Sr. Tedros Adhnom tem um passado fascinante muito aquém da área relacionada à saúde. Um dos seus feitos incluem a recomendação, na reunião da OMS no Uruguai em 2017, do Sr. Robert Mugabe, ditador sanguinário do Zimbábue por quase 40 anos, para Embaixador da Boa Vontade para doenças não contagiosas. Em seu discurso, ele enfatizou que doenças não contagiosas como, cânceres, doenças cardíacas e pulmonares derivam da falta de proteção das pessoas contra os ilimitados malefícios causados por desobedientes seres humanos que teimam em consumir as folhas de Nicotiana tabacum. Além de ter minimizado e acobertado há dois meses a situação preocupante da COVID-19 na província chinesa de Wuhan, esse indivíduo fez parte de grupos armados comunistas e separatistas na Etiópia e na atual Eritréia, país que finalmente foi reconhecido como independente da Etiópia em 1993, depois de uma sangrenta guerra civil. Ele participou ativamente da Frente de Liberação Popular de Tigray, aliada à Frente de Liberação Popular da Eritréia, e da Frente Revolucionária Democrática Popular Etíope, todos grupos declaradamente comunistas de inspiração Marxista-Leninista.
A Europa parou, as bolsas de valores precipitaram a patamares jamais vistos e o emprego, que já era escasso aqui na península ibérica, sumiu. É o velho caso do remédio que é mais mortal do que própria doença, mas neste caso, a mão que administra o remédio é a mesma que causa a doença. Quanto mais onipresente e despótica se torna a mão estatal, maior é a necessidade do remédio, como um ouróboros representado por um movimento circular sem fim, no qual a serpente cresce na mesma medida em que come o próprio rabo.
Ao andar pelas ruas vazias e ver todos os bares, restaurantes – em Madri! – e todo tipo de comércio fechados como numa madrugada chuvosa e fria de segunda-feira ou ter que enfrentar uma longa fila ao estilo venezuelano num dos poucos supermercados abertos, com a exceção de que todos obedecem a ordem governamental de ficar a mais de um metro um do outro, pergunto a mim mesmo se não estou dentro de um filme. Explorado exaustivamente, o gênero deste filme mal feito é ficção científica, dirigido por um diretor principiante, mas com um poderoso respaldo por sua influente rede de contatos na indústria cinematográfica, e rodado com atores amadores que mal memorizaram os seus papéis de zumbis obedientes infectados por um vírus. Temendo mais a força repressora dos agentes a mando do poderoso cientista-déspota do que o próprio vírus, o protagonista se camufla atrás de luvas e máscara ao se atrever a dar um passo fora de casa sob o risco de ser fotografado por uma das milhões de câmeras e drones com dimensões de pequenos insetos e portadores de uma avançada tecnologia de reconhecimento facial. Sorrateiramente, ele tenta evadir a qualquer custo esse sistema ubíquo para evitar ser multado, preso e torturado. Sempre aterrorizado, ele descobre que o ônus da prova nessa sociedade distópica foi invertido, cabendo ao acusado provar sua inocência diante dos juízes-executores, o único grupo que detém o monopólio das armas e das sentenças. Sem misericórdia, nem a obrigação de levantar qualquer indício de crime, podem acusar qualquer pessoa de causar epidemia pela propagação de germes patogênicos e de infringir a determinação do poder público de prisão domiciliar imposta a todos os cidadãos, alegada como necessária para o bem comum. Se é verdade o que Hofmannsthal disse que nada está na política que não esteja primeiro na sua literatura, agora podemos dizer que a literatura se transformou em cinema e a política, em imposições repletas de justificativas baseadas num arrazoado sem sentido.
Dizem a todo momento na rádio e na televisão que a prisão domiciliar compulsória de dezenas de milhões de cidadãos inocentes, incluindo a proibição de viagens domésticas ou mesmo de deixar o país, foram estabelecidos “para o bem de todos” no decreto de Estado de Emergência, ato totalitário e sem precedente na longa história da Espanha. No entanto, a consequência real e nefasta para a saúde mental da população foi a instauração de um estado de pânico e medo generalizados, semelhantes à sensação de viver no sótão de Anne Frank, numa Amsterdã tomada por nazistas caçando judeus, onde a família agora é toda uma nação e o sótão, o próprio lar. Ademais, há de ter cuidado com os membros dessa família, pois a maioria acredita de fato que o inimigo é ao mesmo tempo invisível e visível, o vírus e o suposto portador. O vizinho que cumprimentava e comentava sobre o clima não pensaria nem por um átimo em agir e informar a Geheime Staatspolizei. Minutos antes de ser abordado pela polícia, mandei um “vete a tomar por culo” para uma senhora que gritava desde a janela do seu apartamento para que eu voltasse para casa com meu filho, pois todos teríamos que fazer este sacrifício para não causar a morte do próximo.
Nunca pensei que viveria em uma Europa dominada outra vez pelo medo e pela força de uma plêiade de ditadores, em número infinitamente maior que os da Segunda Guerra Mundial. Mas agora eles, ao invés de invadirem com tanques, invadem as mentes com o temor de ser infectado por uma doença muitíssimo virulenta e contagiosa. Subjugam uma população dócil e inerme, que além de ser incapaz de perceber a gravidade da situação imposta, aplaude atordoada os mesmos que amanhã tomarão medidas mais despóticas por qualquer outro motivo ainda mais fútil e absurdo.
 Se os tempos mudaram, os sacerdotes também. A autoridade moral máxima agora se chama Ciência e os seus sacerdotes não vestem batina, mas uma roupagem branca que a utilizam no templo chamado laboratório e no confessionário, também conhecido como consultório. Nem todos os que usam essa vestimenta são membros da seita opressora, mas aqueles que a aderiram são obrigados a desprezar a grandiosa verticalidade do transcendente e elevar o imanente ao topo da pequenez de seus altares horizontais. Aliados ao cada vez mais poderoso aparato estatal e com a cumplicidade da mídia dominante, quanto mais falham, mais arrogam para si mesmos um poder infalível e incontestável, capaz de proibir desde missas até qualquer contato social em nações inteiras. Com efeito, a mudança comportamental em escala mundial através do antitabagismo feroz e histriônico foi um sucesso. O aquecimentismo é basicamente triunfante. Na verdade, muito mais importantes e graves do que a mudança social causada pela repressão implacável da campanha antitabagista, são as ações impostas pelas elites governamental e científica com a ajuda de inumeráveis ONGs patrocinadas por grandes empresas e fundações bilionárias para combater um embuste com tantos nomes quanto o próprio satanás, como “mudança climática antropogênica”, “aquecimento global causado pelo homem” ou “efeito estufa”. Ao contrário do grau e número de afetados pelas medidas propositalmente exageradas contra os perigos reais e imaginários do tabaco, que incluem estatísticas forjadas e até mesmo a exclusão social, os falsos profetas responsáveis pela divulgação da ideologia aquecimentista afetam de forma mais profunda a vida diária de centenas de milhões de pessoas, desde miseráveis na Ásia e na África até a classe média europeia. Somente uns poucos ganham muito com a profecia artificiosamente fabricada de catástrofe iminente ao impor medidas que dizem ser corroboradas por um oxímoro, um treco chamado “consenso científico”. Perguntem de onde vem parte da grande fortuna do Sr. Albert Arnold Gore Jr., ex-vice presidente dos EUA e embromador contumaz, aquele mesmo documentarista que acredita que há verdades inconvenientes. Ele gasta, apenas na sua mansão no Tennessee, mais energia elétrica por mês do que os outros 99% da população mundial. Gente que jamais terá condições econômicas para consumir sequer uma pequena fração da energia que ele gasta em sua casa, enquanto produz toneladas de dióxido de carbono ao queimar querosene viajando em jatinhos particulares para disseminar seu fingido alarmismo de falso profeta pelo mundo.
O caso Corona é apenas mais um teste de reeducação e condicionamento comportamental, magistralmente descritos por Pascal Bernadin, em “Maquiavel Pedagogo”. A coroação do novo rei-sacerdote está por vir em breve, logo após ele se livrar do capsídeo que o envolve e utilizar a substância do seu núcleo para se multiplicar numa miríade de criaturas iguais, controlando e destruindo o hospedeiro no qual habita.

Por M.A.A. - Escrito no final de março de 2020 A.D.

(*Tài Xuán Jīng  (Canon of Supreme Mystery) - Great Power; Accumulation; Oppression