A Sociedade Brasileira de Paleontologia evidencia mais uma vez que, neste país, o título de doutor, a carteirada e a aceitação grupal são sinônimos de superioridade intelectual. O manifesto de quatro páginas intitulado "Manifesto da Sociedade Brasileira de Paleontologia sobre a validade da Evolução Biológica e seu ensino nas escolas do país" reivindica que jamais seja ensinado a teoria da temível pseudociência do 'Design Inteligente' aos nossos jovens.
Pelo que eu sei, nenhum paleontologista pode me responder se os dinossauros eram homeotérmicos ou qual era a cor de suas peles, quanto mais doutrinar outros seres humanos a comprar suas idéias (segundo o texto, os criacionistas 'vendem' idéias equivocadas). Como não podem recriar um laboratório do tamanho do planeta e esperar por 4 bilhões de anos, pretendem calar qualquer voz que, por ventura, venha a questionar o dogma de que os seres evoluíram através de sucessivas e praticamente infinitas pequenas modificações. Para isso, apelam para que confiemos neles, "mesmo que a origem de alguns grupos biológicos ainda não seja completamente conhecida, a falta de informação sobre esses registros não implica em questionamento do processo evolutivo". Ou seja, para eles, ciência é exatamente isso: a falta de dados é prova e o questionamento, proibido.
O argumento de que somos apenas escravos dos nossos genes e de que os seres vivos são produtos obtidos a partir de combinações aleatórias levanta algumas pequenas questões. Por exemplo, seria possível treinar mil chimpanzés a bater aleatoriamente nas teclas de um computador e esperar que algum dia eles produzam algum texto com sentido, ou um Machado de Assis?
Como os autores do manifesto têm um pavor irracional em admitir que possa haver um Criador, reivindicam dinossauros.